Meus últimos anos fora do Brasil tem sido essa metamorfose cigana, coisa doida—quando acho que meu casulo está pronto para se abrir, eu me perco entre caixas de mudanças e recomeços. Eu sempre recomeço. É a resiliência berrando dentro de mim numa conversa infinita sobre sonhos e demônios, muita saudade, força e fracassos—muitos fracassos. Muitos risos. Cada recomeço era uma chance de mudança, de revolução. Evolução.
E ainda vivo essa transformação. Ela é infinita. “Não há nada fixo ou permanente, somos processos em transformação. Em cada encontro, nos transformamos. Cada pessoa que encontramos nos transforma.” —Sábia Monja Coen. É ilusória essa perseguição por perfeição. Tudo é movimento. Todo fim é chance de um recomeço—serei sempre vários casulos em constante metamorfose.
Minha fotografia evoluiu. Ela busca sua linguagem própria—como uma criança que aprende palavras, estou ainda procurando a minha voz dentro da fotografia. Estou sempre em movimento—aprendendo. E cada ensaio, cada cliente, cada alma que fotografo é um pedaço de transformação dentro de mim. É um processo lindo—não consigo fazer nada sem paixão. E aprendo que não existe perfeição. Existe aquele momento único—por mais que a lente tente repetir, ele já se foi... passou! Assim como todos nós! Amanhã já não seremos mais o que foi hoje. Amanhã, é a chance de ser outra coisa—linda na sua imperfeição, guerreira na sua evolução.
Nota: Tenho uma gratidão infinita por esse ensaio! Obrigada, Carol! Espero termos feito revolução juntas!