Pensamos que a fotografia é estática. Mas há movimento até no silêncio—assim como as vezes ele pode ser ensurdecedor, a fotografia constrói coreografias, histórias, conta transformações, causa revoluções. É um movimento, constante, que causa dentro da gente.
A fotografia sempre contou um pouco de mim. Aquele olhar manso sobre a natureza—as cores como rimas em poesia. Aquele sorriso espontâneo depois do “xis” —uma busca constante pelo ser verdadeiro, cru, sem pose. Uma busca pela minha própria essência. Um olhar que vê sentimento, sem muita composição.
Mas na verdade, somos todos uma sobreposição. De preceitos, anseios, desejos, aquilo que a sociedade exige; tudo aquilo que escondemos de nós mesmos. Somos uma constante transformação—constante desejo de ser, outro(a). Somos a soma de cada pessoa que nossa alma encontra e divide histórias, lágrimas, risos. Seremos sempre encontros, desencontros e sobreposições. É da nossa natureza humana reinventar—somos constante movimento.