Vivendo no raso
Aquele no espelho—é sombra
Reflexo maquiado, efeito da modernidade
Que constroe mentira de verdade
Hoje em dia já não vemos mais o nu—é feio, imoral, é vulnerabilidade.
Andamos cobertos, espírito e corpo
Uma falsa liberdade, que não se enxerga—efeito da modernidade
Gritamos por direitos enquanto nossos desejos, presos no idealismo
Berramos por liberdade enquanto comungamos as convenções do modernismo
Confundimos nosso espírito livre com rebeldia
Uma falácia fantasiada—o que é verdade?
Mas seguimos com a alma pintada
Preservando o seio, negando desejos, flagelando nossos anseios
Marchando na ordem convencional
Que é para não expormos nosso peito, preservar nossa moral intangível
E não nos desgastarmos enquanto gastamos a vida
Vivendo no raso
E aos poucos, nossa essência vai escorrendo pelo ralo. //
DT